REVERENDO MAXIMILIAN ALBRECHT
PREGADOR DA METRÓPOLE
HOMILIA DOMINICAL
XXVI DOMINGO DO TEMPO COMUM
EVANGELHO
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo São Lucas.
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, Jesus disse aos fariseus: “Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias. Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas. Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado. Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’. Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te que tu recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. E, além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’. O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas, que os escutem!’ O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se converter’. Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos’”.
Palavra da Salvação.— Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
Caríssimos irmãos, Shalom!
O Senhor nos fala hoje por meio da parábola do rico e de Lázaro. É um relato que corta a alma, porque revela não apenas a sorte eterna de dois homens, mas o peso das escolhas que fazemos nesta vida.
O rico não é condenado por possuir bens, mas por fechar o coração. Vestia-se de luxo, banqueteava-se todos os dias, mas era incapaz de enxergar aquele pobre à sua porta. Lázaro, ferido e faminto, não lhe pedia ouro, mas apenas as migalhas que caíam da mesa. O pecado do rico foi a indiferença: viveu para si, esquecendo-se do próximo e, portanto, esquecendo-se de Deus.
A morte revelou a verdade: Lázaro, na pobreza e no sofrimento, confiou em Deus e foi acolhido no seio de Abraão. O rico, que se bastava de suas riquezas, encontrou tormento e solidão. Vede, pois: a eternidade apenas confirma a direção que já havíamos tomado em vida.
Eis o grande alerta: não esperemos sinais extraordinários para nos converter. Abraão afirma ao rico: “Eles têm Moisés e os Profetas”. Nós temos ainda mais: temos Cristo, morto e ressuscitado! Se não escutamos a Sua Palavra, de nada nos servirá um milagre.
Amados, cada pobre que cruza o nosso caminho é um chamado do Céu. Cada Lázaro que se apresenta diante de nós é Cristo que suplica amor. O verdadeiro tesouro não é a mesa farta, mas o coração que partilha.
Roguemos à Virgem Santíssima que nos ensine a viver atentos, para que a eternidade não nos encontre indiferentes, mas já treinados no amor que salva.
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Padre Maximilian Albrecht “IN VERBO TUO LAXABO RETE” — Lc 5, 5 |
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