Homilia Semanal | XXI Semana do Tempo Comum

DOM MARLINDO Card. ARAÚJO
Pregador da Metrópole
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Homilia Semanal
para a XXI Semana do Tempo Comum
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A liturgia do XXI Domingo do Tempo Comum pode ser acessada clicando aqui.


Estimados irmãos e irmãs em Cristo, Paz e Bem!


    A Palavra de Deus hoje nos fala com firmeza, mas também com muita esperança. O Senhor, pela boca do profeta Isaías, nos recorda que Ele quer reunir todos os povos, todas as línguas, todos os corações. Não há ninguém excluído do seu projeto de amor. Ele envia mensageiros, missionários, para que todos vejam a sua glória. Esta é a identidade da Igreja: não ficar fechada, parada, resignada, mas sair, anunciar, levar irmãos e irmãs para o monte santo do Senhor.

    Na Carta aos Hebreus, ouvimos uma exortação forte: “Firmai as mãos cansadas e os joelhos enfraquecidos” (Hb 7,12). Deus nos trata como filhos, e por isso nos educa, nos corrige e nos fortalece. Talvez este seja o tempo em que muitos de nós se sintam cansados, desanimados, como se a vida de fé estivesse sem sabor. Mas a correção do Senhor não é para nos esmagar, é para nos levantar. Ele nos treina na perseverança, para que a dor se transforme em fruto de paz e justiça.

    No Evangelho, Jesus nos fala da porta estreita. Entrar por ela não significa viver uma fé triste ou pesada, mas sim abraçar a vida do Evangelho com decisão e coragem. É deixar de lado a comodidade e a ilusão de que basta “comer e beber” diante do Senhor, ou seja, cumprir apenas formalidades religiosas. Jesus nos pede autenticidade, compromisso verdadeiro, esforço diário para não nos contentarmos com pouco. Ele nos convida a sermos um povo que caminha de verdade no seguimento do Reino.

    Queridos irmãos, olhando para nossa Arquidiocese de Belém, talvez possamos perceber sinais de certa paralisia, de acomodação. Muitos se conformam, cruzam os braços, esperam que outros façam, que outros evangelizem, que outros se comprometam. Mas a Palavra de hoje é clara: é tempo de levantar as mãos cansadas, firmar os joelhos vacilantes e recomeçar. O Senhor nos convida a sacudir a poeira do cotidiano e a redescobrir a alegria de sermos Igreja viva.

    Quantos momentos de graça já vivemos juntos como comunidade de fé! Quantos sinais de Deus já experimentamos! Isso deve reacender em nós a coragem de continuar. O caminho pode ser estreito, mas é o caminho da vida verdadeira. Não estamos sozinhos: somos parte de um povo reunido de todos os cantos, chamado a ocupar seu lugar à mesa do Reino.

    Portanto, irmãos e irmãs, que esta liturgia nos desperte da acomodação. Que cada comunidade, cada pastoral, cada família da nossa Arquidiocese possa reavivar o ânimo, caminhar com perseverança e testemunhar, com alegria, que o Reino de Deus já está entre nós.

+Cardeal Araújo

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